'Superpedido' de impeachment contra Bolsonaro tem poucas chances de avançar na Câmara


São poucas as chances do ‘superpedido’ de impeachment contra Bolsonaro seguir em frente na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), segue com o entendimento que não há circunstâncias para dar prosseguimento à petição, mesmo com a gravidade da situação política no país, que atinge em cheio o Palácio do Planalto, com o escândalo das vacinas. Integrantes do Centrão, grupo que é a base de apoio do governo no Congresso e ainda ocupa muito cargos no Planalto, com interesses na gestão Bolsonaro, também não deram sinais de que vão abandonar o presidente.


Os partidos que se unem nessa iniciativa, incluídos os dissidentes bolsonaristas, não totalizam 150 deputados. Para aaprovação do impedimento no plenário, são necessários 342 votos a favor, além de ser aprovado na CCJ da casa, hoje presidida pela bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).


Dezenas de militantes, presidentes de partidos da oposição, líderes de movimentos sociais e ex-bolsonaristas fizeram um ato realizam ato no Congresso, ontem à tarde, na entrega do “superpedido”. Entre esses antigos apoiadores do presidente discursaram Joice Hasselmann e Kim Kataguiri. O pedido foi protocolado na Câmara dos Deputados e aponta 23 crimes do presidente.


Entre os argumentos, está o mais recente, o que aponta prevacarição do presidente no caso da suspeita de corrupção no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. No pedido também há representantes da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do 342 Artes.


Em seu discurso no ato, Kataguiri (DEM-SP) afirmou se tratar de um movimento !histórico! por unir lideranças de diversos partidos, que estão em lados opostos na política.


— Seria picuinha ideológica nesse momento nos mantermos em campos distintos com o que está acontecendo com o país. Estamos diante de um presidente corrupto, que negligenciou no combate à pandemia — disse Kataguiri.


Hasselmann, ex-líder do governo, afirmou que o atual governo, que ajudou a eleger e foi uma das principais defensoras, tem “o pior presidente da República da história”.


— O país se uniu para remover um governo que levou à morte milhares de brasileiros. São 123 pedidos reunidos num só e assinado por 46 entidades e partidos — disse.

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